Entenda como a atual crise tem impactado a educação e como a tecnologia está ganhando destaque nesse cenário
Em março de 2020, o Brasil começou a enfrentar um cenário sem precedentes para a educação: escolas fechadas, alunos e professores em casa e conteúdo curricular deixado para trás foram apenas algumas das consequências. Contudo, mesmo diante de um cenário conturbado, uma luz aparece no fim do túnel para o setor educacional.
A crise fez o país perceber que não estava preparado para um formato de educação que acabou se tornando praticamente obrigatório: o ensino a distância, também conhecido pela sigla EaD. Essa metodologia tem sido a alternativa mais viável para que as atividades dos alunos não sejam totalmente interrompidas, porém há grandes desafios a serem vencidos para que esse formato seja ampla e eficientemente adotado no Brasil.
Qual é o cenário atual?
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), 84% das secretarias municipais já editaram normas sobre a suspensão das aulas, mas a maioria delas (63%) ainda não definiu qual estratégia será adotada para manter os alunos engajados nesse período. Além disso, pouquíssimas instituições estabeleceram o cumprimento de uma carga horária letiva durante o período de suspensão das aulas.
Ou seja: a educação definitivamente não estava preparada para lidar com a implementação de um ensino a distância nesse momento. Ainda de acordo com a pesquisa, 85% das secretarias respondentes, estaduais e municipais, não sabiam como fazer o registro de presença e a avaliação de aprendizagem dos estudantes durante o isolamento. Em instituições particulares, o cenário é melhor, mas ainda está longe de ser o ideal.
As dificuldades para fazer com que o setor educacional não pare durante a crise e que os alunos não sejam prejudicados são grandes. Manter o ensino, a frequência escolar, o desenvolvimento das diversas habilidades dos estudantes e ainda preparar cidadãos no formato EaD são apenas alguns dos desafios das escolas.
Como a tecnologia tem ajudado?
Diante desse cenário, o uso da tecnologia tem sido fundamental para a manutenção do sistema educacional. Diversos mecanismos estão sendo usados para estimular os alunos durante o período de isolamento, como questionários, videoconferências, conversas em grupo e atividades de desenvolvimento intelectual, como provas e testes aplicados remotamente.
A implementação desses sistemas ajuda a lembrar os alunos de que não estamos passando por um período de “férias escolares”, estamos no meio do ano letivo, e as atividades não podem parar. Para as crianças e os adolescentes, o desafio é maior. Como para eles a associação entre a escola e o ensino é muito forte, é mais difícil criar rotinas de estudo que atendam ao que estava sendo fornecido pelas instituições de ensino antes da crise. Nessa faixa etária, a criatividade e a inovação são essenciais para formular novas estratégias de engajamento.
Para jovens e adultos, entre os quais o uso da tecnologia (especialmente em smartphones) é mais difundido, os desafios são menores. Porém, nem todas as etapas de desenvolvimento conseguiram lidar com o problema do distanciamento social. Para isso, uma solução seria adotar encontros online periódicos, algo que algumas instituições já têm realizado e colhido bons frutos.
Bons exemplos
Embora o cenário não pareça muito favorável para o sistema educacional brasileiro, há bons exemplos que podem ser mencionados. As escolas que já tinham alguma prática no uso de tecnologias para o ensino a distância estão conseguindo manter a transmissão de conteúdo por meio de plataformas digitais. Inspirada nelas, outras instituições deveriam considerar seriamente investir no uso desses recursos não somente agora, mas também no futuro.
Além disso, opções que estimulem atividades em casa, especialmente para crianças, são outra solução que funciona para os tempos atuais. Propor, por exemplo, a realização de experimentos durante o período de quarentena, é uma ótima forma de ensinar e ao mesmo tempo entreter os alunos com uma atividade lúdica.
Lições da crise
Embora grave em diversos aspectos, a crise que vivemos atualmente abre uma oportunidade de corrigir vários erros do passado. Se antes a tecnologia era coadjuvante na educação, hoje ela precisa assumir o papel de protagonista para a manutenção do sistema educacional. Se até o momento algumas instituições de ensino não tinham entendido isso, agora é a hora de colocar as mudanças em prática.
Fazer investimentos em educação voltada para a tecnologia não é mais um diferencial, e sim uma obrigação. A pandemia que enfrentamos atualmente em breve vai passar, mas os ensinamentos deixados por ela podem ser perenes e produzir resultados de forma definitiva na vida de alunos e professores.
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